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Padres exorcistas de Natal relatam experiências de expulsão demoníaca: 'É muito desgastante'

 Padres exorcistas de Natal relatam experiências de expulsão demoníaca: 'É muito desgastante'

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Novo exorcista foi nomeado em outubro pela Arquidiocese da capital potiguar, que agora conta com quatro sacerdotes autorizados a realizar sessões. Padre exorcista da Arquidiocese de Natal, usa estola roxa durante
Ayrton Freire/Inter TV Cabugi
A Arquidiocese de Natal nomeou neste mês de outubro um novo padre exorcista. Ele se junta a outros três padres que possuem autorização para realizar as sessões de exorcismo na região. Ou seja, eles podem expulsar demônios. Uma tarefa complicada e cansativa, de acordo com esses sacerdotes.
“Quando eu faço um exorcismo é como se eu levasse uma grande surra. Eu fico todo dolorido. Depois do exorcismo, não quero mais jantar. Eu quero cair numa cama pra descansar porque suga, fico como um saco revirado ao avesso. É muito desgastante”, diz o padre José Mário de Medeiros.
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O padre José Mário, de 82 anos, foi por mais de duas décadas o único exorcista da Arquidiocese de Natal. Ele afirma já ter feito pelo menos 100 sessões de exorcismo, nas quais expulsou demônios, entidades que invadem corpos ingênuos e que dão trabalho para sair.
Ao encontrar o padre, uma pergunta é inevitável: É como nos filmes? Para quem assistiu, ele afirma: “É aquilo mesmo”.
“O exorcismo é feito em alguém que o demônio tomou conta dessa pessoa. Ela não responde mais pelo que ela faz. Ela serve de meio para o demônio atuar. Eu já recebi escarro na cara, gente já mordeu meu calcanhar. E aí depois de tudo isso, de repente a pessoa diz: eu estou aqui há muito tempo? A pessoa não sabe nada, não lembra de nada. Não era ela ali”, descreve.
Conheça a vida e o trabalho dos padres exorcistas
Antes de um exorcismo, o padre se prepara com reza e jejum. Na sessão, ele usa elementos como a cruz, água benta e a estola, uma espécie de faixa, que pra atendimentos do tipo precisa ser roxa, cor que a igreja liga à penitência.
Porém, na maioria das vezes, exorcizar não se faz realmente preciso. Isso porque sempre há uma conversa antes, seja com o paciente ou com a família, em casos mais difíceis. E em várias dessas conversas, se observa que o caso é de ordem psíquica.
Até por isso, o mais novo padre da arquidiocese também é psicólogo. De acordo com o padre Dalmário Barbalho de Melo, em 90% das vezes, os casos são de pessoas em perturbação mental.
“O fato da psicologia ter sido abraçada por mim me capacita justamente para essa atenta escuta, à acolhida que se dá para a atenda escuta. Quantas pessoas são atormentadas, não pelo demônio, mas pela solidão ou uma depressão, pelo processo desencadeado de ansiedade, que às vezes só precisam da escuta, de um abraço”, relata.
Sobre como se livrar dos demônios, o padre Dalmário conta que o segredo é o bom humor.
“O demônio não suporta o bom humor, a alegria. Tanto Martin Lutero como São Tomás More deixaram bem claro que uma das formas mais eficazes de exorcismo é a alegria, o bom humor. O exorcista tem que ter um bom humor, tem que ser alegre. Isso é um sinal de boa saúde mental”, diz.
Padre Dalmário é o novo exorcista da Arquidiocese de Natal
Ayrton Freire/Inter TV Cabugi
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